«Parir me hizo sentir poderosa». Gestaciones subrogadas en plural

Abstract

Para los feminismos, la gestación por sustitución (GS) ha sido y sigue siendo un tema de disenso. En algunos contextos incluso quienes investigan sobre GS han sufrido agravios y cancelaciones. Como investigadora y feminista, mi acercamiento a la GS como tema de investigación ha sido, por lo menos, interpelante. Conversar con gestantes por sustitución me obligó a tomar distancia y complejizar algunas de mis prenociones con respecto a esta práctica. En particular, aquellas referidas a la vulnerabilidad, por condición de género y clase, de las mujeres gestantes para otras personas. En este artículo parto del relato de las experiencias de mujeres gestantes de diversos países, así como de personas/parejas comitentes, que pude conocer en el marco de un trabajo de campo en España. Analizo las condiciones jurídicas, así como las prácticas y las significaciones que enmarcan la GS, remarcando su carácter situacional y complejo.El acercamiento a estas experiencias de GS nos permite complejizar la tesis de que todas las mujeres que gestan para otros lo hacen porque están en condiciones de vulnerabilidad, coerción o desconocimiento.

For feminisms, surrogacy (hereafter referred to as GS) has been—and continues to be—a topic of disagreement. In some contexts, even researchers who study GS have faced backlash and cancellation. As a researcher and feminist, my approach to GS as a research topic has been, at the very least, challenging. Talking with surrogate mothers compelled me to take a step back and complicate some of my preconceptions regarding this practice—particularly those concerning the vulnerability, due to gender and class, of women who carry pregnancies for others. In this article, I draw on the narratives of gestational experiences from women in various countries, as well as those of commissioning individuals/couples, whom I met during fieldwork conducted in Spain. I analyze the legal conditions, as well as the practices and meanings that frame GS, emphasizing its situational and complex nature. Approaching these GS experiences allows us to complicate the thesis that all women who engage in surrogacy do so because they are in situations of vulnerability, coercion, or ignorance.

Para os feminismos, a gestação por substituição (doravante GS) tem sido — e continua sendo — um tema de dissenso. Em alguns contextos, até mesmo pesquisadoras e pesquisadores que investigam a GS sofreram ataques e cancelamentos. Como pesquisadora e feminista, minha aproximação à GS como tema de pesquisa foi, no mínimo, desafiadora. Conversar com gestantes por substituição me obrigou a tomar distância e a complexificar algumas das minhas pré-noções sobre essa prática — especialmente aquelas relacionadas à vulnerabilidade, por condição de gênero e classe, das mulheres que gestam para outras pessoas.Neste artigo, parto dos relatos de experiências de mulheres gestantes de diversos países, bem como de pessoas/casais contratantes, que conheci no âmbito de um trabalho de campo realizado na Espanha. Analiso as condições jurídicas, assim como as práticas e significados que moldam a GS, destacando seu caráter situacional e complexo. A aproximação a essas experiências de GS nos permite questionar a tese de que todas as mulheres que realizam gestações para outras pessoas o fazem por estarem em situação de vulnerabilidade, coerção ou desconhecimento.