Epistemologías feministas antiprohibicionistas latinoamericanas para resignificar el vínculo entre género y drogas

Abstract

Desde hace medio siglo, se adoptó una necropolítica (Mbembé, 2011) para abordar la cuestión de las drogas. Mujeres y cuerpos feminizados se convirtieron en objeto de disciplinamiento y control en el contexto de un capitalismo gore (Valencia, 2010) que sostiene al paradigma necroprohibicionista de control de las drogas (Mariotta, 2020). La retórica del combate al narcotráfico mediante la guerra contra las drogas como estrategia de seguridad es la cara visible de este paradigma. Su contracara es el crecimiento sostenido de mujeres encarceladas por delitos de drogas asociados al microtráfico (Youngers et al., 2020). Este artículo aborda el vínculo entre género y drogas desde una mirada novedosa, como lo es el feminismo antiprohibicionista latinoamericano. Para ello se esboza una breve genealogía de este vínculo, desde los movimientos por la abstinencia encabezados por mujeres (Okrent, 2021), hasta la conformación del actual feminismo antiprohibicionista latinoamericano (Malheiro, 2020). Se presenta una sistematización de la experiencia resultante de la investigación-acción participativa desarrollada a partir de una articulación de colectivas latinoamericanas que construyen el feminismo antiprohibicionista y promueven la formación política de mujeres y disidencias. Finalmente, se sintetizan los conceptos estructurantes de la epistemología feminista antiprohibicionista latinoamericana y sus metodologías de investigación-acción para introducir el antiprohibicionismo en las luchas feministas.

Durante meio século, uma necropolítica (Mbembé, 2011) foi adotada para abordar a questão das drogas. As mulheres e corpos feminizados tornaram-se objeto de disciplinamento e controle no contexto de um capitalismo gore(Valencia, 2010) que sustenta o paradigma necroproibicionistade controle de drogas (Mariotta, 2020). A retórica do combate ao tráfico de drogas por meio da guerra às drogas como estratégia de segurança é a face visível desse paradigma. Seu outro lado é o crescimento sustentado de mulheres presas por delitos de drogas associados ao microtráfico (Youngers et al., 2020). Este artigo aborda a ligação entre gênero e drogas a partir da nova perspectiva do feminismo antiproibicionista latino-americano. Para tanto, é traçada uma breve genealogia desse vínculo, desde os movimentos de abstinência liderados por mulheres (Okrent, 2021) até a formação do atual feminismo antiproibicionista latino-americano (Malheiro, 2020). É apresentada uma sistematização da experiência resultante da investigação-ação participativa desenvolvida a partir de uma articulação de coletivos latino-americanos que constroem o feminismo antiproibicionista e promovem a formação política de mulheres e dissidências. Por fim, os conceitos estruturantes da epistemologia antiproibicionista feminista latino-americana e suas metodologias de investigação-ação são sintetizados a fim de introduzir o antiproibicionismo nas lutas feministas.

For half a century, a necropolitics (Mbembé, 2011) has been adopted to address the issue of drugs. Women and feminized bodies became the object of disciplining and control in the context of a gore capitalism(Valencia, 2010) that sustains the necroprohibitionist paradigm of drug control (Mariotta, 2020). The rhetoric of combating drug trafficking through the war on drugs as a security strategy is the visible face of this paradigm. Its flip side is the sustained growth of women imprisoned for drug offenses associated with microtrafficking (Youngers et al., 2020). This article addresses the link between gender and drugs from a novel perspective, such as Latin American antiprohibitionist feminism. For that, a brief genealogy of this link is outlined, from the abstinence movements led by women (Okrent, 2021), to the formation of the current Latin American antiprohibitionist feminism (Malheiro, 2020). A systematization of the experience resulting from the participatory action-research developed from an articulation of Latin American collectives that build antiprohibitionist feminism and promote the political formation of women and dissidence is presented. Finally, the structuring concepts of Latin American feminist antiprohibitionist epistemology and its research-action methodologies are synthesized in order to introduce antiprohibitionism in feminist struggles.