Derechas políticas, actores religiosos y proyecto conservador en Uruguay: la agenda anti género en el centro

Abstract

Uruguay, al igual que otros países de la región, experimentó una regresión política conservadora luego de quince años de gobiernos progresistas, con un gobierno de corte neoliberal, que ha impulsado una estrategia provida, y con una presencia inédita de personalidades vinculadas a los ámbitos religiosos y militares. Los movimientos y políticas antifeministas en Uruguay cobraron nuevo ímpetu con el cambio de gobierno en 2020, logrando impulsar cambios discursivos y legales. En el centro del discurso y las propuestas aparece el fortalecimiento de la familia tradicional, la masculinidad hegemónica y la limitación de los derechos referidos a la salud sexual. El artículo examina la implantación del proyecto conservador en Uruguay en dos niveles de acción: en la promoción de normativa legal con contenido antifeminista, y en la legitimación de discursos antigénero por un lado. Por otro, se estudia la articulación de actores sociales, políticos y religiosos que se produce en torno a esta agenda, a nivel nacional y en su articulación transnacional. Ambos niveles de acción se articulan en políticas públicas que se impulsan desde el Poder Ejecutivo en ministerios claves como salud pública y desarrollo social.

Uruguai, assim como outros países da região, experimenta uma regressão política conservadora após quinze anos de governos progressistas, com um governo neoliberal, que promoveu uma estratégia pró-vida, e com uma presença sem precedentes de personalidades ligadas aos campos religioso e militar. Os movimentos e políticas antifeministas no Uruguai ganharam impulso com a mudança de governo em 2020, promovendo mudanças discursivas e jurídicas. No centro do discurso e das propostas aparecem o fortalecimento da família tradicional, a masculinidade hegemônica e a limitação de direitos relacionados à saúde sexual. O artigo examina a implementação do projeto conservador no Uruguai em dois níveis de ação: na promoção de regulamentações legais com conteúdo antifeminista, e na legitimação de discursos antigênero, por um lado. Por outro lado, estuda-se a articulação de atores sociais, políticos e religiosos que ocorre em torno desta agenda, a nível nacional e na sua articulação transnacional. Ambos os níveis de atuação estão articulados em políticas públicas promovidas pelo Poder Executivo em ministérios-chave como saúde pública e desenvolvimento social.

Uruguay, like other countries in the region, experienced a conservative political regression after fifteen years of progressive governments, with a neoliberal government, which has promoted a pro-life strategy, and with an unprecedented presence of personalities linked to the military and religious arena. Anti-feminist movements and policies in Uruguay gained new impetus with the change of government in 2020, managing to promote discursive and legal changes. At the center of the discourse and proposals appears the strengthening of the traditional family, hegemonic masculinity and the limitation of rights related to sexual health. The article examines the implementation of the conservative project in Uruguay at two levels of action: in the promotion of legal regulations with anti-feminist content, and in the legitimization of anti-gender discourses on the one hand. On the other hand, the articulation of social, political and religious actors that occurs around this agenda is studied, at the national level and in its transnational articulation. Both levels of action are articulated in public policies that are promoted by the Executive Branch in key ministries such as public health and social development.